Mariana Sacadura Cabral

Lilypie Expecting a baby Ticker

Uma alfacinha casada com um tripeiro consultor a viver em Londres

quarta-feira, julho 20, 2005

Ser poeta


É dos poemas mais bonitos q li, e não me canso de ouvir a versão de Luis Represas

Florbela Espanca

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela d'Alma da Conceição Espanca tem hoje seus versos admirados em todos os cantos do mundo, diferentemente do que aconteceu quando ainda viva, época em que foi praticamente ignorada pelos apreciadores da poesia e pelos críticos de então. Os dois livros que publicou, por sua conta, em vida, foram "O Livro das Mágoas" (1919) e "Livro de "Sóror Saudade" (1923). Às vésperas da publicação de seu livro "Charneca em Flor", em dezembro de 1930, Florbela pôs fim à sua vida. Tal ato de desespero fez com que o público se interessasse pelo livro e passasse a conhecer melhor a sua obra. Dizem os críticos que a polêmica e o encantamento de seus versos é devida à carga romântica e juvenil de seus poemas, que têm como interlocutor principal o universo masculino.
Texto extraído do livro "Sonetos", Bertrand Brasil - Rio de Janeiro, 2002, pág. 118.

Do melhor que há...

Absolutamente Tias de Pureza Teixeira da Cunha (Ana Bola)
Não que este livro seja considerado como ‘muito bom', segundo os padrões normais de avaliação de um livro, mas a nível de humor luso considero-o excelente, para além disso penso q seja um testemunho da sociedade portuguesa, evidentemente caricaturizado. Reconheço q esta minha paixão por este tipo de humor não é muitas vezes compreendido por todos (há quem ‘não ache graça nenhuma’), tem uma sensibilidade muito específica, talvez apenas por aqueles q amavam ver o Herman (nos seus momentos áureos de outrora, q agora o piqueno está um bocadinho 'puxadote'), por exemplo no Tal Canal e mais concretamente no Humor de Perdição, cito palavras do Herman no prefácio do livro: "[…] Ana Bola estivesse a dar vida à sua melhor criação de sempre, a «Tia Pureza Teixeira da Cunha», filha duma senhora simples que eu encarnava, a doce «Maximiana», mãe pobre e pura desse cruel estereótipo de 80% das «tias» produzidas à pressa num Portugal Cavaquista embriagado […]".
Só para se perceber como está organizado, e aguçar o apetite do menos curioso, o livro está basicamente dividido em capítulos de tias, em q aconselha a leitora q deseja ser uma determinada tia, q a descreve maravilhosamente: Tia Sempre em Festa («de origem social normalmente inconfessável» , Tia Croquette («Livro de cabeceira: Pantagruel»), Tia Escritora («Prato preferido: Sopa de Letras»), Tia Beata(«Casa: uma casa na "padraria", perdão, pradaria. Com capela!»), Tia Ex-Cabeleireira(«Leituras: todas as revistas estrangeiras sobre milionários[...]» , Tia Fados e Toiros(«Nome e Apelido: PALHA! PALHA aos montes»), Tia Decoradora(«locais onde não deve ser vista: no Vidal a comprar tecidos disfarçada»), Tia Tio(«Prato Preferido: Iscas com elas»), Tia Loira(«Viagem de sonho: Disneyworld»), Tia Hippy/Chic(«locais onde deve ser vista: Marraquexe, Ibiza, Goa, Moçambique e tudo quanto for sítio sem turismo deprimente.»), Tia Verdadeira(«Ora aqui é q "a coisa fia mais fino [...]"»), cada um destes dividido pelo perfil da respectiva tia: ‘idade’, ‘nome’ e ‘apelido’, ‘estado civil’, ‘origem social’, ‘filhos’, ‘dinheiro’, ‘aspecto físico’ e de ‘supé-dicas’, q por sua vez tem pequenos parágrafos sobre: 'amigos', 'locais onde deve ser vista', 'locais onde não deve ser vista', 'festas', 'casa', 'música', 'prato preferido', 'bebida', 'máxima de vida', 'relógio', 'perfume', 'personalidade q mais aprecia', 'livro de cabeceira', etc, etc
Saliento a delícia do "pequeno dicionário de tialecto" ('nunca dizer' 'o menino, a menina' mas 'dizer o mais possível' 'o/ piqueno/a'), q nalguns termos é apenas a supressão do calão (q faz todo o sentido) e noutras são termos q (eventualmente) transmite uma determinada educação, d' "os nomes dos filhos das tias" ('por amor de Deus': 'Neide Margarete', 'o mais possível' 'Leonor', 'Petit-nom' 'Nônô'), não podia estar melhor...
O livro é de facto divertidíssimo e dá boa disposição a qq um…

sábado, julho 16, 2005

«Então qd é q chega a cegonha?»


Ontem falei com uma amiga minha q tb está aqui em Madrid, já com 2 filhos e q está há 2 anos a tentar o terceiro, sem sucesso. Para os outros dois tb teve uma eternidade até conseguir, e escrevo estas linhas para sensibilizar os meus caros leitores que por melhores q sejam as vossas intenções, não se pergunta: «Então qd é q chega a cegonha?» (ou o equivalente), há muito mais pessoas do q pensamos com dificuldade em engravidar, e nitidamente o q aumenta a ansiedade (o q prejudica o resultado pretendido) são este tipo de perguntas. Garantidamente q se a eventual futura mãe quiser falar do assunto, o fará espontaneamente, bale?

Benvindos ao meu humilde blog!!


Olá a todos!!
Inspirando-me no blog do meu querido primo Diogo, pensei q tb queria fazer algo de semelhante, não querendo com isso comparar a sua fantástica capacidade de expressão com a minha modesta escrita. Já tinha constatado q qd determinadas coisas me impressionam/tocam muito, sinto uma necessidade enorme de escrever sobre elas. A maior manifestação disso foram nas viagens q fiz, desde a minha terceira grande viagem (Interrail - Set 1992) até à última (Suécia - Mar/Abr 2005), (a minha primeira foi com os meus pais para a Guiné, q ainda não sabia escrever, e a segunda foi com (+/-) 14 anos com uma amiga do colégio a Paris (só escala, mas na altura isso para mim era mt importante), Estrasburgo, Luxemburgo e Bélgica numas férias de Páscoa, senti-me super crescida e independente, ganhei esta viagem num concurso do IPSD, nesta altura era tão catraia q não queria saber de escritas e afins). Nas viagens tudo é tão novo e diferente para nós que nada melhor q escrever sobre elas. Eu até nem estou a considerar q o facto de que estar a viver em Madrid há um ano é tb uma grande viagem. Tb é verdade q com a 'minha' fantástica máquina digital (a tal q o meu sogro me ofereceu por o Nuno ter acabado o MBA!!) tb é outra maneira de registar muita coisa indiscritível (não querendo comparar uma fotografia com presença), q vou utilizar bastante neste blog!
Tb às vezes gosto de escrever banalidades, desde a saga dos prazos dos iogurtes, como da gripe que nos arrasou o fds, como do forno q está Madrid neste momento, que afinal é o nosso quotidiano...